Coordenadores: Prof. Dr. Francisco de Paula Antunes Lima (UFMG)
Prof. Dr. Marcelo Souza (UFMG)
Prof. Dr. Rodrigo Ribeiro (UFMG)
Ementa: A cooperação é, hoje, reconhecida como fonte de eficiência e bem-estar, contrapondo-se à competição, ao egoísmo racional e ao individualismo neoliberal. No entanto, a simples constituição normativa ou mesmo a defesa da coletividade com base em valores morais é insuficiente para se desenvolver uma cooperação real. Por isso, diferencia-se entre o “coletivo de trabalho”, no qual há uma efetiva troca, suporte mútuo e confiança entre as pessoas, e o “trabalho coletivo”, que denomina somente um trabalho que é executado por um grupo de pessoas de forma coordenada, mas não necessariamente cooperativa. Assim, o processo de construção de coletivos de trabalho no nível micro (grupos menores), meso (organizações) ou macro (sociedade) requer uma aprendizagem da cooperação e o desenvolvimento de habilidades relacionais. O que, por sua vez, pode ser impulsionado pela existência e/ou criação de condições habilitantes que facilitem que a cooperação tome lugar, mesmo entre pessoas com diferentes níveis de envolvimento, seja no trabalho coletivo ou em projetos colaborativos. Para que tal construção seja bem-sucedida, no entanto, existem diversos problemas a serem investigados e solucionados, os quais serão discutidos neste GT:
− As razões da persistência da competição e de relações de poder, mesmo dentro de empreendimentos da economia solidária;
− A falta de confiança entre atores em projetos coletivos, em especial em sistemas de cooperação agônica, como na relação contratante-contratada;
− Dificuldade de cooperação em sistemas multiatores com interesses diferentes e conflitantes, inclusive departamentos ou funções dentro de uma mesma organização;
− Pouca cooperação entre atores que atualmente estão em relações hierárquicas, no interior da divisão social do trabalho (fornecedor x cliente, engenheiros x trabalhadores, experts x leigos…);
− O papel das condições habilitantes (infraestruturas habilitantes, espaços e dispositivos reflexivos, objetos intermediários etc.) no processo de construção da confiança e da cooperação e as metodologias necessárias para a criação dessas condições.